Come peggiorare un disastro


Immaginate un paese in continua recessione, dove la salute pubblica e l'educazione quasi non esistono, dove gli alunni e gli stessi insegnanti sono tra i più ignoranti del pianeta. Ora immaginate che qualcuno voglia migliorare questa situazione. In un paese "normale" cosa farebbe? Aumenterebbe l'investimento in queste due aree, cercherebbe di migliorare le strutture sanitarie, aumentare il livello di competenza di medici e infermieri, offrire un servizio sanitario perlomeno dignitoso per la propria popolazione. Investirebbe anche nell'educazione pubblica, con professori più preparati, in modo di portare il paese a un livello superiore a quello attuale.
Ma il Brasile non é un paese normale.

È stata approvata dal Senato una proposta di legge chiamata PEC 55. In pratica il governo, per diminuire le spese pubbliche e il deficit ormai a livelli storici, ha deciso che per 20 anni (sí, avete letto bene, 20 anni) un congelamento sulle spese sociali, proprio quelle di cui la popolazione ha più bisogno, come salute ed educazione. Quindi per 20 anni nessuno investirà in queste aree così importanti, nessuno cercherà di migliorare la già pessima situazione attuale. Meglio lasciare le cose come sono. Anzi, hanno deciso che é meglio peggiorarle, Perché ovviamente in questo paese salute, educazione e benessere della popolazione non sono affatto importanti.

Il Senato brasiliano, con 53 voti a favore e 20 contro, ha approvato ieri un provvedimento di austerità che prevede 20 anni di congelamento della spesa sociale. Con questo tetto di spesa alla sanità, all’educazione e all’assistenza alle fasce più disagiate della popolazione, che prevede un emendamento costituzionale, denominato «PEC 55», il governo di Michel Temer punta a riportare sotto controllo la finanza pubblica e a far affluire nel Paese nuovi investimenti dall’estero. [LA STAMPA]

Limitar gastos sociais por um período de 20 anos é completamente inaceitável e nenhum governo poderia ter o direito de restringir as opções de governos futuros nesse sentido... Aceitar que políticas de áreas fundamentais como saúde e educação sofram um desmonte pelos próximos 20 anos é totalmente incoerente com as ideias de direitos humanos... nos próximos 20 anos, o governo vai gastar com políticas sociais muito menos do que gasta hoje. Isso significa que toda uma futura geração está condenada, o que é inaceitável...  em vez de enxergar a saúde, a educação e outros direitos como uma forma de melhorar a competitividade da economia brasileira, o governo vende a ideia de que cortar gastos irá resolver os problemas... Saúde e educação são importantes para a economia, não apenas para a população. Se a população não é bem educada e não está saudável, tudo isso prejudica o crescimento econômico. Está claro que essa é uma proposta que interessa a uma pequena parcela da elite e de jeito nenhum faz parte dos interesses da maioria da população. [CARTA CAPITAL]

O congelamento de gastos sociais previsto na PEC 55 terá "impacto severo" sobre a população pobre no Brasil, provocará "retrocesso social" e colocará "toda uma geração futura em risco de receber uma proteção social muito abaixo dos níveis atuais". O diagnóstico é do australiano Philip Alston, relator especial das Nações Unidas para a pobreza extrema e os direitos humanos... “Essas políticas contribuíram substancialmente para reduzir os níveis de pobreza e desigualdade no país. Seria um erro histórico atrasar o relógio nesse momento,” disse Alston... Ainda segundo o relator, a PEC 55 coloca o Brasil em violação ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais ratificado em 1992, que "veda a adoção de 'medidas deliberadamente regressivas' a não ser que não exista nenhuma outra alternativa e que uma profunda consideração seja dada de modo a garantir que as medidas adotadas sejam necessárias e proporcionais.” [CARTA CAPITAL]

"O Brasil continuará com o desastre educacional que tem hoje."
"Se não conseguirmos avançar nessas medidas, estaremos condenados a uma educação de baixa qualidade, e o Brasil não vai conseguir crescer economicamente. O país será uma promessa falida", afirma Claudia.
Estamos com um problema sério e de longo prazo. Acredito que a PEC 55 vai trazer danos graves para a educação, sem ganhos significativos do ponto de vista fiscal. Normalmente, quando países têm problemas fiscais, ao menos os mais desenvolvidos, eles preservam a educação dos cortes. O Brasil optou por não fazer isso. É uma grande pena.
O impacto direto é condenar o Brasil a uma baixa qualidade da educação das crianças por um período de 20 anos. 
Vejo o país estagnado. Uma das questões mais preocupantes que observamos na economia brasileira é a da produtividade, que está estagnada em um patamar muito baixo. Com uma produtividade baixa, e ela tem uma correlação importante com a qualidade da educação e o crescimento econômico de longo prazo, não vamos crescer. Com menos investimentos em educação, não vamos conseguir preparar os jovens para o futuro do mercado de trabalho... estaremos condenados a uma educação de baixa qualidade, e o Brasil não vai conseguir crescer economicamente. O país será uma promessa falida. [BRASIL 247]
Share:

Brasil cai em ranking mundial de educação


Questa mattina alle 11 l’Ocse ha reso noti, tramite una serie di eventi promossi in contemporanea in tutto il mondo, i risultati dell’edizione 2015 del programma triennale PISA (Programme for International Student Assessment), al quale hanno partecipato circa 540.000 studenti quindicenni dei 72 Paesi partecipanti. Per chi non lo sapesse il PISA é  un'indagine internazionale promossa dall'OCSE nata con lo scopo di valutare con periodicità triennale il livello di istruzione degli adolescenti. Purtroppo il Brasile non ha fatto una bella figura, risultando tra gli ultimi classificati. Ma non credo che questo possa meravigliare qualcuno.

Dados do Pisa, prova feita em 70 países, foram divulgados nesta terça; Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.

Os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados na manhã desta terça-feira (6), mostram uma queda de pontuação nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. A queda de pontuação também refletiu uma queda do Brasil no ranking mundial: o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.

A prova é coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi aplicada no ano de 2015 em 70 países e economias, entre 35 membros da OCDE e 35 parceiros, incluindo o Brasil. Ela acontece a cada três anos e oferece um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes, reúne informações sobre variáveis demográficas e sociais de cada país e oferece indicadores de monitoramento dos sistemas de ensino ao longo dos anos.

Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que não há motivos para comemorar os resultados do país no Pisa 2015, e afirmaram que, além de investir dinheiro na educação de uma forma mais inteligente, uma das prioridades deve ser a formação e a valorização do professor. "Questões como formação de professores, Base Nacional Comum e conectividade são estratégicas e podem fazer o Brasil virar esse jogo", afirmou Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.

"É fundamental rever os cursos de formação inicial e continuada, de maneira que os docentes estejam realmente preparados para os desafios da sala de aula (pesquisas mostram que os próprios professores demandam esse melhor preparo)", disse Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Movimento Todos pela Educação.

Para Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, parte da solução "passa também em superar a baixa atratividade dos jovens brasileiros pela carreira do magistério, ao contrário do que ocorre nos países que estão no topo do ranking mundial do Pisa. Nesses países, ser professor é sinônimo de prestígio social".

No país, a prova fica sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A amostra brasileira contou com 23.141 estudantes de 841 escolas, que representam uma cobertura de 73% dos estudantes de 15 anos.

Em cada edição, o Pisa dá ênfase a uma das três áreas. Na deste ano, o foco foi ciências. Em 2015, a nota do país em ciências caiu de 405, na edição anterior, de 2012, para 401 [Italia 481]; em leitura, o desempenho do Brasil caiu de 410 para 407 [Italia 485]; já em matemática, a pontuação dos alunos brasileiros caiu de 391 para 377 [Italia 490]. Cingapura foi o país que ocupou a primeira colocação nas três áreas (556 pontos em ciências, 535 em leitura e 564 em matemática).
No Brasil, em todas as três áreas, mais da metade dos estudantes ficaram abaixo do nível 2. Veja no gráfico:


Além disso, 4,38% dos alunos brasileiros ficaram abaixo até do nível mais baixo no qual a OCDE determina habilidades esperadas para os estudantes em ciências. Em leitura e matemática, esse índice foi de 7,06% e 43,74% em matemática (no caso, da matemática, porém, há seis níveis de proficiência, e não sete).

Para Ricardo Falzetta, do Todos pela Educação, os dados mostram dois problemas principais. "Em primeiro lugar, que os nossos jovens não estão aprendendo conhecimentos básicos e fundamentais para que possam exercer plenamente sua cidadania enquanto jovens e depois, enquanto adultos, realizando seus projetos de vida. Em segundo lugar, a pesquisa aponta novamente – como vemos em diversos outros estudos, inclusive os nacionais – as enormes disparidades entre as regiões."

"Apenas para ilustrar, se considerarmos os nossos resultados em ciências, atingimos 401 pontos, enquanto que os alunos dos países da OCDE obtiveram uma média de 493 pontos", afirmou Mozart Neves, do Instituto Ayrton Senna. "É uma diferença que equivale a aproximadamente ao aprendizado de três anos letivos!"

 "Os estudantes brasileiros mostraram melhor desempenho ao lidar com textos representativos de situação pessoal (por exemplo, e-mails, mensagens instantâneas, blogs, cartas pessoais, textos literários e textos informativos) e desempenho inferior ao lidar com textos de situação pública (por exemplo, textos e documentos oficiais, notas públicas e notícias)", avaliou o Inep, no documento divulgado à imprensa.

 "Os resultados do Brasil no Pisa são gravíssimos porque apontam uma estagnação em um patamar muito baixo. 70% dos alunos do Brasil abaixo do nível 2 em matemática é algo inaceitável. O Pisa é mais uma evidência do que vemos todos os dias nas escolas", afirmou Denis Mizne, da Fundação Lemann.

Entenda o Pisa

As provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha ou dissertativas. Nesta edição, em alguns países, incluindo o Brasil, todos os estudantes fizeram provas em computadores. O exame é aplicado a uma amostra de alunos matriculados na rede pública ou privada de ensino a partir do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os jovens preencheram um questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em família e suas experiências de aprendizagem.

Do total de alunos da amostra brasileira, 77,7% estavam no ensino médio, 73,8% na rede estadual, 95,4% moravam em área urbana e 76,7% viviam em municípios do interior.
Share:

Cosa NON mi manca


Nel post precedente ho condiviso con voi alcune piccole cose che mi mancano dell’Italia. Cose da poco, come avete visto, ma che sommate fanno una grande differenza. Ora invece parlerò di alcune cose che non ne sento la mancanza o che, in qualche modo, sono riuscito a rimediare.

LIBRI E GIORNALI


Quando vivevo in Italia nel mio piccolo bilocale avevo circa 2000 libri. Il corridoio era in pratica un’intera libreria e in ogni stanza, bagno escluso, avevo almeno uno scaffale con altri libri. Per venire a vivere in Brasile ho dovuto regalarli tutti, e non è stato facile, credetemi. In Brasile ne ho portati solo qualche centinaio, quelli a mio avviso che non potevo lasciarli da parte. Da qui si capisce la mia passione per i libri e la lettura. Mi piacciono i libri, sia per le storie raccontate che come oggetti in sé. Li trovo belli, educativi, riflessivi e tanto altro. Quindi dovevo trovare un modo per avere di nuovo tutti i miei vecchi libri e di trovarne di nuovi una volta arrivato in Brasile. Per fortuna la tecnologia mi è venuta in aiuto: nel mio PC ora ho circa 3000 e-book, tutti in italiano, e ogni giorno ne scarico almeno un paio nuovi. Quindi possiamo benissimo dire che i libri non mi mancano, dato che riesco a trovarli ormai su internet senza problema alcuno.

Lo stesso discorso vale per i giornali. Nei miei “Preferiti” ho i link di tutti i quotidiani italiani e di alcune riviste. E sempre su internet è molto facile trovare siti dove poter scaricare ogni tipo di giornale, italiano ed estero che sia.

FILM E TV


Iniziamo col dire che la televisione non mi ha mai interessato. Quando ero in Italia guardavo solo il telegiornale, giusto per essere informato su quanto succedeva nel mondo, qualche programma divertente, tipo Zelig, giusto per farsi una risata ogni tanto e qualche programma informativo o culturale. Alla sera preferivo uscire o vedere un film. Qui in Brasile ho avuto la TV a cavo, poi sono passato a quella satellitare e ora mi ritrovo con una normalissima antenna UHF che, qui dove abito, prende solo un canale. Ma non è affatto un problema, anche perché, sempre grazie a internet, volendo riesco ad assistere a quasi tutti i programmi italiani, sia della Rai che quelli privati.

I film invece mi piacciono molto e ogni sera ne guardo uno diverso. Non sono abbonato a Netflix per il semplice fatto che scarico i film che mi piacciono in lingua originale, ma con sottotitoli in portoghese o italiano. In questo modo ho la possibilità di vedere film non ancora in programmazione in Italia e da poco usciti sul grande schermo.

CIBO


Si, lo so, nel post precedente avevo detto che molte cose di cui sento la mancanza sono legate al cibo, ed è vero. Ci sono molti prodotti italiani che in Brasile sono impossibili da trovare, però da buon italiano mi arrangio. Ecco così che al posto dei pelati ho imparato a fare il sugo con i pomodori "veri", quando voglio mangiare una pizza all’italiana o una focaccia ligure preparo io la pasta e suo gli ingredienti che mi piacciono, i ravioli ho imparato a farli in casa, così come le tagliatelle. Il fatto di essere lontano da casa e di non riuscire a trovare ciò che desidero mi ha spronato a imparare tante cose nuove, cose che in Italia nemmeno sognavo (perché fare la pasta o il pane in casa quando bastava svoltare l’angolo per trovare un pastificio o una panetteria?). Se poi aggiungiamo che adoro cucinare tutto diventa ancora più semplice.

GLI ITALIANI


Prima di venire insultato da tutte le parti vediamo di chiarire bene questo punto. Io sono un italiano che vive lontano dal proprio paese e, come ormai avrete capito, amo l’Italia e ne sento la mancanza. Quindi ben venga qualche mio connazionale con cui scambiare due chiacchiere, bere un caffè o fare una spaghettata insieme. Ma, diciamo così, non ne sono ossessionato. Riesco a vivere bene anche senza qualche amico o conoscente italiano. Se capita di conoscerne qualcuno e passare una serata in compagnia ben venga, ma anche se fossi l’unico italiano rimasto sulla terra riuscirei a vivere senza farmi mille problemi.


Non so, forse pensandoci meglio troverei altre cose dell’Italia che mi mancano e altre che non ne sento più la necessità. Col tempo ci si abitua a molte cose e bisogna imparare ad adattarsi a queste nuove abitudini. Non è facile ma è possibile.
Share:

Diversidade cultural


Chi vive in Italia, straniero o italiano che sai, conoscerà certamente l’autolettura del contatore, sia del gas che dell’energia elettrica. Per chi non lo sapesse potremmo dire, a grandi linee, senza entrare nei dettagli, che molte volte, dipendendo dal tipo di contatore o da altri fattori, il consumo che troviamo sulla bolletta non è reale, ma “stimato”. In pratica la società di energia elettrica o del gas dicono “Tu l’anno scorso, in questo periodo, hai consumato TOT chilowatt o metri cubi di gas, quindi noi “stimiamo” che anche ora, in questo stesso periodo, stia consumando la stessa quantità”. A volte questo sistema comporta un notevole aumento di costi, cioè una bolletta molto elevata, pur avendo consumato meno di quanto stimato. Per evitare questo problema e pagare solo quanto si è consumato esiste appunto l’autolettura, cioè si comunica alla società in questione i chilowatt o i metri cubi realmente consumati in un determinato periodo.

Sempre chi vive in Italia avrà notato che negli autobus cittadini non esiste la “catraca” come qui in Brasile. Chi vuole usare l’autobus dovrà comprare il biglietto prima di salire e tenerlo fino alla fine della corsa. Può capitare che ogni tanto salga sull’autobus un controllore e ti chieda di mostrare il biglietto. Se non ce l’hai dovrai pagare una multa.

Sempre in Italia per fare benzina devi agire da solo. Ti fermi davanti alla pompa, metti la quantità che ti serve e poi vai a pagare alla cassa.

E sempre in Italia alcuni grandi negozi, per fare un esempio l’Ikea, alcune casse sono “fai da te”, nel senso che non c’è un cassiere. Sei tu, come cliente, che devi passare i vari articoli sullo scanner e poi pagare con carta di credito o Bancomat.

Bene, questi quattro esempi cos’hanno in comune? Che nessuno di essi potrebbe essere usato qui in Brasile. Per due motivi molto semplici.

Il primo è per il fatto che ai brasiliani piace essere serviti. Come abbiamo visto in altre discussioni in Brasile non esiste il “fai da te”. Se devi fare il pieno di benzina, lavare l’auto o anche comprare un paio di mutande ci sarà sempre qualcuno che lo farà al posto tuo. Ricordo che mia moglie pe rimasta quasi scioccata quando mi ha visto per la prima volta fare benzina da solo o lavare la macchina per pochi euro e di sicuro avrà pensato “Ma guarda ‘sti italiani che strani. Oltre a pagare sono io che devo fare il lavoro”.

“Ma in questo modo noi diamo lavoro a tutti”, è la frase che sento più spesso. Balle! A voi piace essere serviti, in ogni occasione. È solo questo il punto.

Altro motivo è per il famoso “jeitinho brasileiro” o per meglio dire nella grande differenza culturale tra Brasile e Europa. Il benzinaio, il grande negozio o il gestore di energia sanno che l’italiano è onesto, sanno che non cercherà di fregare gli altri, di conseguenza sé stesso, non passando alla cassa qualche articolo o non pagando la benzina. In poche parole si fidano di noi, perché sanno che è nella nostra cultura essere onesti. Ve lo immaginate quanti brasiliani, una volta fatto il pieno alla macchina, scapperebbero senza pagare? Vi immaginate quante persone prenderebbero il bus senza pagare? Qui vedo un sacco di persone allacciarsi alla rete elettrica dei propri vicini o manomettere il contatore per pagare di meno.


Questi sistemi, comuni in Italia e in Europa, qui non sarebbero possibili. E tutto per un semplice fatto di cultura, ammesso che essere disonesti sia una questione culturale.
Share:

Cosa mi manca


Ormai sono più di sette anni che vivo in Brasile. Non dico che ormai mi senta un brasiliano però ci ho fatto l’abitudine. E come dico sempre, è probabile che passerò il resto della mia vita in questo paese. Però ancora adesso, ma immagino per sempre, ci sono alcune piccole cose della mia Italia di cui sento la mancanza. Niente di serio, potremmo dire che sono tutte stupidaggini, ma che per me hanno il loro piccolo ma importante peso nella vita di tutti i giorni. Non vuole essere una critica verso il Brasile e, tantomeno, potremmo definirla di “saudade” verso la mia terra natale (anche se un po’ di nostalgia c’è). Sarebbe lo stesso se io vivessi in una qualunque città europea o in qualche paese fuori dall’Italia. Diciamo che sono cose che mi fanno dire: “Peccato che qui non ci sia”. Andiamo a vederle insieme e, mi raccomando, non ridete o prendetemi in giro. Solo chi vive in un paese straniero potrà capire di cosa sto parlando.

CASSETTE DELLA POSTA


Questa è una cosa che manca in Brasile. In Italia, lungo le vie delle città, è facile incontrare alcune cassette postali dove spedire la propria corrispondenza. Ogni giorno, a un determinato orario, i funzionari della Posta passano col loro furgoncino e ritirano tutta la posta imbucata, per poi smistarla e inviarla a destinazione. Qui in Brasile no. Se devi spedire una lettera o una cartolina devi andare a un qualunque ufficio postale, comprare il francobollo e spedire. Nulla da ridire su questo, peccato però che questi uffici siano lontani da dove abito. Se in Italia mi bastava scendere in strana e svoltare un angolo per spedire una cartolina o un biglietto di auguri, qui in Brasile mi tocca fare due o tre chilometri a piedi. Fa bene alla salute, direte voi, ma a me fa solo girare le balle e perdere tempo.

FONTANELLE


No, questo proprio manca in Brasile, ed è un vero peccato. Lo so, potremmo dire che le fontanelle siano una delle tante caratteristiche dell’Italia, ma sono di una comodità tale che solo chi ha passato un’estate in una qualunque città italiana può capire. Qui siamo in un paese tropicale, fa caldo e c’è il sole tutto l’anno, e non immaginate come sarebbe bello ogni tanto bere un po’ di acqua fresca o rinfrescarsi. Invece sei costretto a girare sempre con una bottiglietta d’acqua, che dopo mezzora è già calda e imbevibile.


Ma d’altronde qui non esistono nemmeno le vere e proprie fontane, con la scusa della zanzara Aedes Aegypti e della sua malattia portatrice. Qui a Sorocaba c’è uno shopping dove, vicino al parcheggio, hanno installato una piccola fontana. In pratica è una vasca quadrata di cemento con dell’acqua dentro, senza nessun ornamento o abbellimento. Eppure tutte le persone che passano si fermano qualche minuto ad ammirarla, a farsi le foto, e io sorrido, perché penso cosa farebbero queste persone se fossero un giorno a Roma o Firenze.

POSTI DOVE ANDARE


Lo so, molti di voi diranno o penseranno che il Brasile è un “País lindo e maravilhoso”, ma non è così. Mi dispiace deludervi ma se escludiamo qualche quartiere di Rio o di Salvador il Brasile non ha nulla da offrire ai suoi abitanti o un semplice turista. Forse chi vive in qualche città vicino sul mare avrà qualche attrazione in più (ma sai che palle passare tutto il giorno in spiaggia?), ma per chi come me, oserei dire per la maggioranza date le dimensioni del paese, vive nel “interior” le cose sono molto diverse e tristi. Prendiamo per esempio la città in cui vivo: Sorocaba è una città più grande di Milano, anche se con meno abitanti, eppure non c’è letteralmente un posto dove andare. In Italia se vuoi uscire a fare due passi, se vuoi passare un sabato pomeriggio con la fidanzata, moglie o amici basta uscire di casa e passeggiare per le vie storiche o affollate che ogni città, anche la più piccola, tiene. 


Puoi fare un giro sotto i portici o bere un caffè in piazza, rilassandoci o osservando le persone che, come te, sono in giro per fare compere o divertirsi. Qui no. Qui l’unica cosa che puoi fare è andare in uno shopping, al chiuso. “Ma Franco, puoi sempre fare un giro in centro”. A parte il fatto che il “centro” di una qualunque città brasiliana è molto diverso dal “centro” di una città italiana, dato che qui non esistono palazzi storici, chiese, musei a tanto altro. Poi qui si fa in centro per fare compere. Nessun brasiliano dirà “Vado a fare un giro in centro”, perché qui si va solo per spendere soldi. Il “centro” non è nient’altro che uno shopping all’aria aperta, nulla di più. A parte i negozi non c’è nulla d’interessante. Qui tutto è rivolto al consumo, quindi se non hai soldi o nulla di che comprare è inutile andare in centro.


Qui in Brasile, tra le altre cose, non esistono le sagre del paese. Avete ragione, anche questa è un’altra delle caratteristiche dell’Italia, però sono belle e ti permettevano di passare una serata in allegria mangiando e bevendo con gli amici.


Qui anche una semplice pizza in compagnia diventa quasi impossibile. Solo l’idea di spendere R$ 40,00 per una pizza che non è una vera pizza e che viene servita già tagliata a fette, da dividere con gli altri, proprio non mi attira.

CHIESE


Non sono una persona religiosa. Sono cattolico, conosco un poco la vita di Gesù e qualche preghiera, ma non vado a messa la domenica, non sono un fanatico come molti brasiliani e mi dà fastidio chi usa Dio e la religione in ogni evenienza. Però le chiese mi piacciono. Quando ero in Italia andavo spesso in chiesa, specialmente in quelle più piccole, fuori dall’orario delle messe. Le ho sempre considerate un posto intimo, riservato, adatta a riflettere. E mi piaceva anche visitarle dal punto di vista architettonico, osservare le decorazioni, le statue, i quadri o affreschi. Ma qui in Brasile non posso fare questo. A parte il fatto che qui le messe sono più simili a Sanremo che a una funzione religiosa, data la musica sempre presente e le canzoni. Ma più che altro per il fatto che le chiese brasiliane sono molto, ma molto diverse da quelle italiane (ma potremmo dire anche a quelle europee e alcune americane). Sono quasi tutte degli edifici moderni, quadrati, molto luminosi. Se non fosse per l’altare e le croci potrebbero passare per delle sale di conferenze. Niente a che vedere con l’intimità delle chiese a cui sono abituato. Se vado in chiesa per pregare o stare in contatto con Dio ho bisogno di intimità, riservatezza, di solitudine. In una chiesa brasiliana non riesco a sentire queste cose, anche se fossi l’unica persona presente.


E sempre in fatto di chiese mi mancano le campane. Mi mancano i rintocchi delle ore del giorno e le scampanate nei giorni di festa. So che per molti tutto ciò sembrerà ridicolo ma sono suoni che mi hanno accompagnato per tutta una vita e non sentirli più è come se mi mancasse qualcosa.

CIBO


È inutile negarlo, moltissime cose che mi mancano sono legate al cibo. E non sto parlando di alcuni prodotti tipo salumi e formaggi, ma, come posso dire, la “sensazione” e il piacere che danno. Ad esempio mi manca molto la tipica colazione italiana. Non so cosa darei per un cappuccino o un espresso fatto come si deve insieme a un croissant alla crema. Aldilà del caffè che qui è imbevibile (a parte quello che faccio in casa con la moka) quei rari cornetti che trovi sono solo salati. Non esiste un bar o una padaria dove puoi incontrare un croissant alla crema, marmellata o miele. 


Mi mancano le pasticcerie dove comprare alla domenica qualche cannoncino, bignè, cannolo o babà. Mi manca una banalissima pizza margherita o una quattro stagioni. Mi manca il vino da bere a pranzo (chiamatemi pure spilorcio ma l’idea di spendere R$ 20,00 per una bottiglia di vino brasiliano proprio non mi passa per il cervello). Mi mancano tantissime cose riguardo al cibo, ma come ho detto non proprio il prodotto in sé, dato che a questo si può in qualche modo rimediare, ma al piacere che provavo nel gustare tali prelibatezze, comuni in Italia ma sconosciute qui in Brasile. E non ditemi che sono l’unico. Conosco molti brasiliani che vivono in Italia e che, quando vengono in Brasile, tornano a casa con la valigia piena di linguiça calabresa, goiabada, feijao carioca a tanto altro.


Bene, per ora ho finito, la volta prossima parlerò invece di quello che non mi manca dell’Italia. Buona nostalgia a tutti!
Share:

Por que ninguém viaja para o Brasil?


Forse é perché, aldilá di Rio, Salvador e qualche spiaggia sul litorale, non c'é niente che possa attirare un turista straniero. Forse perche le strutture alberghiere non sono di alto livello. Forse perché le strutture in generale sono pessime. Forse perché aldilá di spiaggie e ragazze facili una persona vorrebbe avere qualcosa di piú. Forse perché l'immagine di un Brasile sporco, povero e violento non é poi cosí lontano dalla realtá. I motivi possono essere tanti, rimane il fatto che poche persone affermano che il Brasile é un "Pais maravilhoso", a parte gli stessi brasiliani, s'intende.
Se você  passou o fim do ano em Búzios, Floripa ou Morro de São Paulo, provavelmente reclamou da multidão de argentinos e uruguaios invadindo nossa praia. Parece que tem gringo demais tirando férias por aqui, certo? Errado.
O mundo está viajando cada vez mais, é verdade. De acordo com o relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC) de 2016, o turismo cresce há cinco anos consecutivos mais do que a economia global, principalmente nos países emdesenvolvimento. Mas o Brasil não está nesse bonde: estamos na casa dos 5 milhões de turistas internacionais desde 1998. Ou seja, se a nossa economia vive uma recessão nos últimos dois anos, o turismo  está assim há 18 anos.
Pior: mesmo contando com mais praias do que uma família seria capaz de conhecer em cinco gerações e tendo tantas belezas naturais quanto Miami tem de brasileiro, o País não está nem entre os 40 mais visitados do mundo. Perdemos até para Miami, que é destino de mais de 7 milhões de turistas por ano. Mesmo o Coliseu (4 milhões de visitantes anuais) recebe quase tanta gente quanto o Brasil todo.
“Sim, mas se você mora na Europa é só pegar o carro para visitar o Coliseu. OBrasil não é tão acessível assim”, diria algum advogado do diabo de plantão. Mas não, excelência.
A África do Sul, que não é exatamente o lugar mais acessível da Terra, atingiu recentemente a marca dos 10 milhões de turistas. A Tailândia, distante para europeus e americanos, 28 milhões.
O México, que só fica perto mesmo dos EUA e do Canadá, 30 milhões.
O Peru, aqui ao lado, experimentou um crescimento de 340% no número de turistas nos últimos 15 anos, saltando de 800 mil visitantes para 3,5 milhões, enquanto o Brasil permaneceu estagnado. E no fim seguimos com menos turistas que países como Tunísia e Bulgária.
Tudo isso forma um cenário ainda pior do que parece. O turismo é cada vez mais importante na economia global, e na economia do Brasil não é diferente. Só em2015, o setor gerou mais de 2,6 milhões de empregos diretos por aqui. Sem falar que o Brasil aparece em décimo lugar no ranking da WTTC, que compara a relevância do turismo no PIB dos países. A questão é que 94% dessa participação provém de viagens domésticas, de nós mesmos indo curtir o verão na Bahia e o inverno em Gramado. “Temos um turismo interno relativamente forte, mas nosso potencial internacional é um dos menos aproveitados do mundo”, diz Vinicius Lummertz, presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
A Embratur foi criada em 1966 para cuidar de tudo que diz respeito a turismo no Brasil, desde capacitação de pessoal a obras e divulgação. Com a implantação do Ministério do Turismo em 2003, ela passou a se dedicar exclusivamente à promoção do Brasil como destino no exterior. Isso é feito com participação emfeiras, financiamento da vinda de jornalistas estrangeiros, campanhas demarketing e produção de conteúdo escrito e audiovisual.
O órgão teve US$ 17 milhões para trabalhar em 2015 e conta com 13 escritórios no exterior (na Argentina, Peru, Holanda, Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Inglaterra, Japão e três nos Estados Unidos).
Nossos vizinhos latinos gastam bem mais: o Peru tem 38 escritórios ao redor do mundo, e o órgão federal de promoção mexicano gasta US$ 50 milhões. E vão muito além de aparecer numa feira: a PromPeru, agência de promoção peruana, faz acordo com marcas para realizar ensaios de moda usando país de fundo e chegou a fechar uma parceria com a Rede Globo para que Machu Picchu aparecesse na novela Amor à Vidade 2013. “O Brasil não tem nem filminhos promocionais passando nos aviões das companhias aéreas estrangeiras que operam por aqui”, diz Guilherme Paulus, sócio-fundador da agência de viagens CVC e membro do Conselho Nacional de Turismo do Governo Federal.
Quem não aparece não é visto
A vinda de grandes eventos esportivos deveria turbinar o turismo, mas a Copa acabou tendo um efeito apenas pontual (um salto para 6,4 milhões de visitantes em 2014 – 30% mais do que a média). O Brasil não fez a lição de casa decomunicação e marketing e esperou que os jogos agissem por si só. Para as Olimpíadas, a ação mais poderosa foi a isenção de visto para americanos, canadenses, australianos e japoneses entre 1º de junho e 18 de setembro. “Desde os Jogos Pan-Americanos em 2007, o Brasil tem tido um alto grau deexposição, mas por falta de projetos especiais de divulgação isso está sendo mal aproveitado”, explica Ricardo Uvinha, professor do programa de pós-graduação em turismo da USP.
A imagem do Brasil no exterior acaba manchada pelo noticiário negativo: em vez de praias, cachoeiras ou cidades históricas, o que mais se vê lá fora sobre nós tem a ver com violência, crise econômica e desastres como o de Mariana. No Foreign Travel Advice (“conselhos para viagens ao exterior”), uma ferramenta online do governo britânico que analisa cada país em relação à segurança, oBrasil aparece com “alto nível de criminalidade”, com menção a arrastões, assaltos com arma de fogo e roubos em caixas eletrônicos. São citadas também manifestações políticas violentas e risco de zika.
A imagem do Brasil no exterior acaba manchada pelo noticiário negativo: em vez de praias, cachoeiras ou cidades históricas, o que mais se vê lá fora sobre nós tem a ver com violência, crise econômica e desastres como o de Mariana   
A divulgação fraquinha une-se à falta de informação na internet para travar a vinda dos gringos. Olhando a relação dos dez destinos mais visitados, ela quase que se limita a cidades sem belezas naturais, com São Paulo, Porto Alegre e Brasília, que dividem a lista com Búzios, Foz do Iguaçú e o Rio, líder (merecido) entre os nossos destinos mais visitados. Chapada Diamantina, Bonito ou os Lençóis Maranhenses, que, convenhamos, não têm menos potencial turístico que Brasília ou Porto Alegre, nem aparecem na lista.
Isso acontece porque os turistas estrangeiros mal sabem que esses destinos existem. E a culpa não é deles.
As agências de turismo especializadas em destinos brasileiros não têm sites eminglês, muitos hotéis e pousadas não estão presentes nas ferramentas de reservas globais, como o Booking.com, horários de balsas e ônibus não constam na internet. Para um estrangeiro descobrir como ir do aeroporto de Campo Grande a Bonito ou de Fortaleza até Jericoacoara, por exemplo, vai levar uma canseira do Google até encontrar uma informação confiável.
Isso reflete a falta de preparo geral do País para receber visitantes, o que vai da sinalização monoglota nas ruas e no transporte público até garçons, taxistas e guias que não falam língua alguma que não seja o português. Falar um inglês excelente não é imprescindível – bambambãs do turismo como Itália, China e Tailândia também têm problemas com o idioma. No Brasil, porém, a maior parte dos profissionais de serviços ignora os rudimentos mais básicos do idioma. Aí complica.
Burocracia, sempre ela
A infraestrutura ruim também não ajuda. Dos 1,7 milhão de quilômetros da nossa malha de estradas, pouco mais de 10% são asfaltadas. Some isso à virtual ausência de transporte ferroviário, e você tem um pesadelo logístico. Aviões são uma alternativa, naturalmente. Mas voar aqui sai caro. É que não temos companhias aéreas low-cost (de baixo custo), como acontece na Europa, nos EUA e na Ásia. Nelas o serviço é reduzido a basicamente transporte; qualquer extra (como marcação de assento, despacho de mala, comida, impressão decartão de embarque e até SMS informativo) é cobrado à parte, permitindo que a empresa jogue os preços das passagens lá embaixo. “No Brasil, além da carga tributária elevada, as aéreas enfrentam um excesso de regulamentação,  que esse modelo `simples¿ é proibido”, diz o advogado Guilherme Amaral, especialista em direito aeronáutico.
É obrigatório pela Agência Nacional de Aviação (Anac), por exemplo, que cada passageiro tenha direito a 23 quilos de bagagem: não temos o poder deescolher pagar menos e receber menos serviços. “A crise está abrindo espaço para discutir um modelo mais flexível, mas a mudança não será a curto prazo”, Guilherme aponta.
A falta de infra atinge em cheio os parques nacionais, que seguem lindos, mas quase às moscas. Apesar de o Brasil ter sido considerado pelo Fórum Econômico Mundial como o país com maior potencial turístico em recursos naturais no mundo, nossos 71 parques nacionais receberam 7,1 milhões devisitantes em 2015 – sendo que 2,9 milhões se concentraram no Parque Nacional da Tijuca, encravado na área urbana do Rio. Para comparar: os 59 parques nacionais dos EUA receberam 307 milhões de turistas no mesmo período.
Aí não pesa só o isolamento turístico do Brasil,  que tanto aqui como nos EUA ogrosso dos visitantes de parques nacionais são turistas nativos. Mas a discrepância deixa claro outro problema nosso. Aqui, os parques são mais encarados como unidades de proteção ambiental do que como atração turística: poucos têm trilhas sinalizadas, guias, hotéis e transporte com preços competitivos.
Para piorar, quem pensa em abrir um negócio de turismo também tem pouco incentivo, dada a dificuldade de empreender no Brasil: no último relatório do Banco Mundial, o país aparece na 116ª posição na lista dos países nos quais é mais fácil abrir e conduzir uma empresa.
O setor de cruzeiros é um dos que mais sofrem. Em 2010, chegamos a ter 20 navios viajando pela costa brasileira. O número caiu pela metade em 2015 e, para a temporada de 2016, que começa em novembro, míseros seis navios estão confirmados até o momento. Isso porque quase todos os processos que envolvem a realização de um cruzeiro são caros e complicados, desde a aprovação da construção de um porto à contratação do prático (o“manobrista denavio” – aquela que talvez seja a profissão mais inflacionada do Brasil, com ganhos que chegam a R$ 300 mil por mês).
Em 2010, chegamos a ter 20 navios viajando pela costa brasileira. O número caiu pela metade em 2015 e, para a temporada de 2016, que começa em novembro, míseros seis navios estão confirmados até o momento.   
“Operar um porto aqui tem custos 20 vezes maiores do que em outros destinos. Hoje estamos perdendo nossos navios para China, Austrália, Caribe, Dubai”, diz Mario Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos.
Além de tudo isso, o Brasil continua sendo um país quase tão fechado e protecionista quanto era na época da ditadura militar,  que impõem impostos extorsivos ao capital estrangeiro.
O último Índice de Abertura de Mercados, publicado em setembro de 2015 pela Câmara de Comércio Internacional (CCI), coloca o Brasil na 70ª posição entre 75 países, ficando atrás da Argentina, Nigéria e Uganda (o ranking é organizado por grau de abertura comercial, da maior para a menor). Dessa forma, recebemos menos investimentos de fora do que poderíamos. “E isso atrapalha o turismo. Um exemplo é Brasília não ter Hyatt, Hilton ou Sheraton, grandes nomes da hotelaria mundial”, diz Vinicius, da Embratur. Essa atitude conservadora reflete também na burocracia para entrar no País. O governo defende a reciprocidade, ou seja, que nós exijamos visto dos países que o requerem para nós. A prática é comum no mundo todo – não se trata de uma aberração do Itamaraty.
Mas é fato que requisitar visto de Japão, Austrália, Canadá e, principalmente, dos EUA e da China diminui consideravelmente a chance de esses turistas virem passar as férias por aqui – péssimo negócio se você levar em conta que chineses e americanos são os viajantes que mais gastam no mundo. “fim da reciprocidade diplomática beneficiaria a nossa economia”, diz Mario Ferraz. Ou seja: estamos rasgando dinheiro para manter o improdutivo olho por olho da diplomacia.
Tendo em vista essas dificuldades todas, então,  dá para considerar heróis os 5 milhões de turistas que chegam ao Brasil. E o que eles pensam do País depois de passar uma temporada por aqui? Bom, de acordo com uma pesquisa do Ministério do Turismo feita em 2014, no fim da viagem, 95% deles demonstram intenção de voltar. Ou seja, mesmo com todas as adversidades, conseguimos conquistar quem vem. Resta fazer com que mais gente venha. 

Os problemas do Brasil

1. Portos ruins
Aportar no Brasil sai 20 vezes mais caro do que lá fora. Culpa do mau estado dos portos e da burocracia. Nisso, os cruzeiros fogem daqui.
2. Parques largados
Dos nossos 71 parques nacionais, poucos têm trilhas sinalizadas, guias, áreas decamping e pousadas. Resultado: eles recebem só 7,1 milhões de visitantes por ano, contra 307 milhões nos dos EUA.
3. Despreparo
A sinalização monoglota e a falta de prestadores de serviço que se comuniquem em inglês podem complicar a vida de um turista, e estão entre os porquês derecebermos poucos visitantes.
Share: