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Por que o Brasil não se torna um País rico?


Por que o Brasil não se torna um país rico? Desde sempre ouvimos falar que o Brasil é um País abençoado por Deus: recursos naturais abundantes, desde água e terra fértil, a minério ferro e petróleo; sem grandes desastres naturais, como terremotos, furacões ou Tsunamis e com um povo vibrante e empreendedor. Sendo assim, responder à pergunta acima se torna uma tarefa tão misteriosa quanto interessante.
Existem muitas razões. Alguns falam em corrupção, outros em falta de educação de qualidade, outros culpam a cultura tupiniquim.
Para alguns economistas, o câmbio não estaria num patamar "competitivo", para outros, haveria falta de recursos para certas áreas, como infraestrutura e, para muitos, o problema seriam as instituições, isto é, as regras, normas e leis do país. O Brasil teria uma legislação tributária que massacra as empresas, uma legislação trabalhista que fomenta conflitos e litígios e, ainda por cima, seria muito fechado ao comércio e à competição internacional. Tudo isso (e mais) levaria a uma baixa produtividade do trabalhador brasileiro.
Todas as questões acima são importantes e o debate é extremamente relevante. Porém, hoje irei me limitar a ilustrar a baixa produtividade brasileira.
Para ressaltar o tamanho do problema, vamos começar mostrando uma comparação do PIB per capita, isto é, da produção de bens e serviços por pessoa no Brasil, Chile, Alemanha e EUA.
PIB per capita e variação em relação ao Brasil
Brasil
$ 11.208,00 ; --
Chile
$ 15.732,00 ; + 40,36%
Alemanha
$ 46.268,00 ; + 412,81%
EUA
$ 53.042,00 ; + 473,25%
Por que essa diferença na produção de bens e serviços por pessoa? A resposta está produtividade. Um trabalhador chileno, alemão ou americano consegue produzir muito mais durante o ano.
Então vamos à história: recentemente, me mudei para Washington-DC e, como alguém que chega num novo país, comecei a reparar nas diferenças entre o lugar que estou e o lugar de onde vim. Algumas dessas diferenças são, por exemplo, o fato de não haver frentistas nos postos de gasolina, cobradores nos ônibus ou vendedores de bilhetes no metrô. Todas as compras são feitas pelo próprio usuário junto a uma máquina.
Isso te leva à pergunta: "O que isso tem a ver com a questão da produtividade levantada pelo texto? "
Simples: todas as pessoas que utilizam um desses meios de transporte no Brasil acabam pagando mais caro para que esses empregos improdutivos ainda existam. Você paga mais caro na gasolina porque os postos têm que contratar milhares de frentistas, paga mais caro no ônibus porque as empresas têm que contratar milhares de cobradores e paga mais caro no metrô porque ele tem que contratar pessoas para vender bilhetes.
Outra pergunta que já deve estar na sua cabeça: "E os empregos? "
Essa pergunta é muito pertinente, visto que só de frentistas, há por volta de 500 mil postos de trabalho no país. Esses empregos ainda existem justamente porque há uma lei que proíbe o uso de máquinas para substituí-los.
Para respondê-la, peço que imagine o que aconteceria se o governo proibisse o uso de tratores e demais máquinas agrícolas nas plantações brasileiras. Como tratores fazem o trabalho de muitas pessoas, ao deixarem de usar essas máquinas, automaticamente milhares de vagas de emprego seriam criadas na agricultura brasileira. O problema é que os custos dos agricultores também subiriam e eles teriam de repassá-los para os preços dos alimentos, que também subiriam, o que tornaria toda a sociedade mais pobre. Assim, o importante não é apenas criar vagas de emprego, mas que tipo de vagas de emprego são criadas, se elas aumentam a produtividade geral da sociedade, ou não.
A diminuição do percentual de pessoas trabalhando na agricultura pelo uso de novas tecnologias e máquinas trouxe um aumento do percentual de trabalhadores trabalhando na indústria e nos serviços e um aumento na qualidade de vida do cidadão comum, com uma diminuição considerável no preço de diversos produtos desde alimentos a peças de roupas e itens tecnológicos.
O dinheiro que as pessoas economizariam por não terem mais de pagar por serviços desnecessários, faz com que seu poder de compra cresça, fazendo com que elas possam gastar em outros setores, com coisas que elas realmente precisam, gerando assim a necessidade de mais pessoas trabalhando nas áreas de maior demanda pela população.
Enquanto no Brasil se tenta criar emprego por meio de leis como a da obrigatoriedade de frentistas e se tenta criar riqueza por meio de leis como a CLT e o décimo terceiro, que obriga as empresas a dividirem o salário anual dos trabalhadores por 13, ao invés de 12; em Washington, com um salário mínimo de $11,50 por hora, apenas uma única hora de trabalho é o suficiente para se comprar 4 Big Macs no McDonald's e suprir as necessidades de calorias diárias. Isso mesmo, uma pessoa que recebe salário mínimo consegue suprir suas necessidades calóricas diárias com apenas uma hora de trabalho.
Uma sociedade sem frentistas, sem cobradores, sem vendedores de bilhetes de metrô e cheio de máquinas fazendo esses e muitos outros trabalhos antes realizados por homens e mulheres, também é uma sociedade em que pessoas têm acesso a carro, casa, ar condicionado, computador e smartphone, almoçam no McDonald's e tomam café no Starbucks, por mais que ainda possam ser consideradas pobres.
Algumas das principais barreiras que impedem o Brasil de se tornar rico são justamente leis e regulamentações criadas por nossos representantes em Brasília. O país é burocrático e precisa de grandes reformas, como a trabalhista, a tributária e a política. Essas reformas, no entanto, são necessárias, mas não suficientes para resolver nossos problemas. Há uma série de leis menores que garantem a ineficiência de nossas empresas e trabalhadores em relação ao cenário internacional. A maior dificuldade é que, infelizmente, muitas delas são apoiadas por parte considerável da população. Portanto, mudanças na legislação precisam ser precedidas por uma mudança no campo das ideias. Precisamos das ideias corretas para iluminar a escuridão. Mises estava certo.
Fonte: BrasilPost

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